Querida Emília
Eu sou a São, sou uma das 4 mulheres e que deixei aí 2 vestidos como prova de ter gostado. Sim, porque só nós esquecemos de coisas em casa de quem gostamos e temos confiança…
Quando saí daí tive a compulsão de escrever algo a respeito e assim foi. Transcrevo abaixo
Quanto aos vestidos, quando puder, lhe der jeito ou lhe apetecer envie para Rua da Republica Peruana 9-7º esquerdo 1500 Lisboa. Diga-me quanto é, a cobrar aqui.
Encontro
Passamos uns pelos outros,
sem deixar rasto, sensação,
ou pensamento.
O que passa, passa mesmo,
sem dó nem piedade.
Passamos a galope pela vida,
levando com ela quase nada …
Passamos a galope…
Cruzamo-nos e não damos por isso.
Cruzamo-nos e não reparamos:
nos cabelos, nos modos, na voz,
nem nos estalidos que os nossos ossos dão.
Não reparamos…
não reparamos, passamos a galope…
não reparamos:
naquilo que cada um é,
no que faz, ou deseja ou pode ser…
nem na alma de cada um.
Quando nos encontramos, mesmo a galope,
fica sempre qualquer efeito…
mesmo imperceptível
Dos encontros nasce a vida,
os amores, os desamores.
Pode nascer o asco, a ruína,
paixões e até maluqueira…
Dos encontros
nascem pequenos toques de espírito
de ficarmos sem comando…
nós ficamo-nos e o corpo vai…
Nasce o dia e a noite…
o pousar e nascer de sol.
Os encontros geram coisas invisíveis,
imagens e sensações.
Da Manuela, São, Lena e Carolina
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