segunda-feira, janeiro 11, 2010

Querida Emília

Eu sou a São, sou uma das 4 mulheres e que deixei aí 2 vestidos como prova de ter gostado. Sim, porque só nós esquecemos de coisas em casa de quem gostamos e temos confiança…

Quando saí daí tive a compulsão de escrever algo a respeito e assim foi. Transcrevo abaixo

Quanto aos vestidos, quando puder, lhe der jeito ou lhe apetecer envie para Rua da Republica Peruana 9-7º esquerdo 1500 Lisboa. Diga-me quanto é, a cobrar aqui.

Encontro

Passamos uns pelos outros,

sem deixar rasto, sensação,

ou pensamento.

O que passa, passa mesmo,

sem dó nem piedade.

Passamos a galope pela vida,

levando com ela quase nada …

Passamos a galope…

Cruzamo-nos e não damos por isso.

Cruzamo-nos e não reparamos:

nos cabelos, nos modos, na voz,

nem nos estalidos que os nossos ossos dão.

Não reparamos…

não reparamos, passamos a galope…

não reparamos:

naquilo que cada um é,

no que faz, ou deseja ou pode ser…

nem na alma de cada um.

Quando nos encontramos, mesmo a galope,

fica sempre qualquer efeito…

mesmo imperceptível

Dos encontros nasce a vida,

os amores, os desamores.

Pode nascer o asco, a ruína,

paixões e até maluqueira…

Dos encontros

nascem pequenos toques de espírito

de ficarmos sem comando…

nós ficamo-nos e o corpo vai…

Nasce o dia e a noite…

o pousar e nascer de sol.

Os encontros geram coisas invisíveis,

imagens e sensações.

Da Manuela, São, Lena e Carolina